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Mostrando postagens de janeiro, 2018

São Paulo

  Nossa história começa, em 2008, quando te conheci pela primeira vez, fiquei fascinada com seu tamanho, em andar de metrô, hoje a linha Azul, que conheci pela primeira vez. Anos mais tarde, ganhei um bônus em te ver de novo, estudar francês, por 2 dias, um minicurso que eu ganhei no colégio Lycée Pasteur na zona norte. São Paulo, nosso amor é de outras vidas. E então, em 2 de fevereiro de 2023, o ano mais louco da minha vida, mas com certeza o melhor até hoje, assinei meu primeiro contrato de trabalho, era um sonho se realizando, meu sonho ali, materializado, eu finalmente estava em São Paulo, escrevendo a minha história. São Paulo, você me acolheu com um amor tão grande quanto os seus prédios na Faria Lima, você me trouxe amigos verdadeiros, que mesmo pouco me conhecendo, ofereceram seu lar para eu repousar a cabeça, para no dia seguinte continuar a vida em busca dos meus sonhos. São Paulo, nunca foi sobre os outros, foi sempre sobre nós duas, a cidade dos meus sonhos, a cidade q...

Eu vou estar aqui quando você acordar

Você estava sentado na carteira da escola, eram 17 anos de vida e você só queria que chegasse a hora da saída. Eu tentava te avisar: você iria ser ferido, depois que ficasse mais velho. E hoje, se encontra deitado na sua cama olhando o teto do seu quarto, se perguntando se pode mudar alguma coisa. Por quê você se sente sozinho se não falta absolutamente nada na sua vida? Não falta dinheiro, amor e amigos. Você desce correndo as escadas, entra em uma boate, todos estão dançando, embriagados pelas dores da vida, fingindo que não têm problemas, tentando justificar para si mesmos que a vida é uma só. Você fica parado no meio da multidão, seus olhos ainda questionam tudo. Você ainda é o mesmo homem. Olha para a garota que ri alto com um copo de bebida na mão, você já bebeu tanto nessa vida, bebeu por curiosidade, por tristeza, para "socializar", para comemorar, é isso não te preenche mais. Anestesia não cura nossas dores. Você não sabia ao certo o que queria quando tinha 17 an...

O Sonho

Hoje é uma das madrugadas que eu não consigo dormir, levantei da cama e peguei meu notebook, entre um pensamento e outro, senti não só o desejo, mas a necessidade de escrever sobre algo que eu gosto de falar... Sonhos. Há 8 anos atrás, pra ser mais exata no dia 31 de dezembro de 2009, eu estava na sala de casa e em um desses programas matinais que são exibidos em canais abertos de TV, ouvi um poema de Clarice Lispector que falava sobre sonhos, um caminho sem volta, ali começou minha paixão pela obra de Clarice, (hoje minha escritora favorita). E levei a sério conhecer o trabalho de Clarice, lendo os livros, frases, contos que ela publicou, conhecendo a vida dela ao máximo que eu podia, e um fato interessante que eu carrego comigo até hoje, que agora compartilho com vocês. Há 5 anos atrás, enquanto eu estava no ensino médio, eu tinha um trabalho de português pra fazer, escolher um poema da literatura brasileira e apresentar para a sala, obviamente que eu escolheria Clarice Lispector...

O nome dela

Ela é a pior coisa que eu já conheci na vida. Ela nunca dorme, não importa onde, você dificilmente consegue colocar ela no mudo dentro da sua cabeça. Ela não escolhe hora pra te fazer chorar. Ela vai tentar fazer de tudo pra te fazer desistir da coisa mais preciosa que você tem, a vida. E como ela chegou? Alguns sabem identificar o porquê, parece que ela veio de mala e cuia, outros não sabem, mesmo sem querer começam a se entregar. Ela nunca deixa você estar presente, seus pensamentos são envolvidos por uma nuvem negra, que só reprisam sem parar as coisas que te perturbam, as falas, as pessoas, que te machucaram, o rosto e as palavras deles ficam 24 horas dentro da sua cabeça. Você não consegue acreditar quando as pessoas dizem que você é bonito, inteligente e tem muito pra viver na vida. Ela se instalou, há mais de meses. Os remédios não são suficientes para calar a boca dela e se calam, seu corpo começa a falar, você olha no espelho e seus olhos estão com as pupilas dilatadas, s...

Sobre a Fé

Eu ainda me lembro do dia que fui para o quintal de casa numa tarde há alguns anos, os olhos cheios de lágrimas e eu olhei para o céu com raiva, eu dizia dentro de mim que Você não me amava, que Você favorecia a vida de uns e outros Você desprezava, aquele dia nunca vai sair da minha memória, parecia que Você não levava meus sacrifícios em conta, e a minha dor? E eu? Por quê te amar quando Você não respondia nenhuma oração minha? E todas aquelas noites com o rosto lavado em lágrimas? E as dificuldades que eu passei, sozinha? Naquele dia eu pensei, a porta de Deus também não abre pra mim.  A dor, o cansaço e todas as demais lutas que eu venho enfrentando nos últimos anos, me cegaram, mas uma sabedoria interior, um amor, uma fagulha de fé, incendiou meu pensamento uns dias depois. Seu Filho não nasceu filho de general, de rei, de faraó. Seu filho chegou ao Mundo, filho de pai e mãe pobres, naquela noite já não tinha mais lugar para a mãe dele em gestação avançada repousar, se...

Não era esse o plano

Somos seres humanos, estamos em constantes mudanças, e esse processo de dentro pra fora vez ou outra nos deixa mais introspectivos, silenciosos, nossos olhos observam o mundo e as pessoas à nossa volta, o coração fica em silêncio, até ele está tentando entender essa transformação pela qual estamos passando, isso afeta muito as crenças dele também. Não há vento, não há brisa, é uma neblina na nossa garganta, parece que se tomou uma anestesia geral, você não sente nada e o que está aqui dentro não faz mais barulho também. E isso não me deixa escrever. Estou completamente bloqueada, tenho lido muito, mas absolutamente nada sai de dentro de mim para as folhas do meu caderno, o cotidiano tem ido bem, porque ele não depende muito do nosso lado interno, a gente entra em modo automático e continua fazendo as nossas coisas. Uns chamariam isso de bloqueio artístico, mas eu acredito que não. Eu conheço quando estou passando por essas fases, dessa vez é mais profundo. Eu não sei dizer o que ac...